BOAVISTA FC-1VSC GUIMARÃES-2
Liga BetClic 25ºJornada Época 2024-2025
9 de Março de 2025 - 20H30
Estádio do Bessa Século XXI
Árbitro:João Pinheiro(A.F.Braga)
GR:Tomás Vaclik GR:Bruno Varela
DC:Steven Vitória DD:Miguel Maga
DC:Rodrigo Abascal(C) DC:Filipe Relvas
DC:Vitalii Lystov(Robert Bozénik 81') DC:Toni Borekvocic
EE:Sidonei Fogning DE:João M.Mendes(Hevertton Santos INT)
MC:Ilija Vukotic(Osman Kakay 57') MC:Tomás Handel(Tiago Silva 70')
MC:Ibrahima Camara(Miguel Reisinho 70') MC:Samú Silva
MC:Marco Van Ginkel MC:Telmo Arcanjo(Úmaro Embaló 63')
ED:Salvador Agra MC:João Mendes(Beni Mukandi 87')
PL:Abdoulay Diaby PL:Vando Félix
PL:Globy Ariyibi PL:Dieu Michel(Nélson Oliveira 63')
Treinador:Lito Vidigal Treinador:Luis Freire
Cartões Amarelos:Samú Silva 25,Salvador Agra 46' e Osman Kakay 66'.
Golos:Marco Van Ginkel 45'+2'(g.p),Ilija Vukovic 50'(a.g.) e Tiago Silva 76'(g.p)

Confronto recheado de história. Boavista e Vitória SC, dois
ilustres da nossa praça, encontraram-se para a edição 141 de um duelo que já é
um dos mais emblemáticos clássicos do nosso futebol. Ambiente a
ferver nas bancadas (até em demasia, mas já lá vamos) e duas equipas de ADN
muito caraterístico no relvado. Ganhou o espetáculo e ganhou o Vitória SC, que
operou uma reviravolta para triunfar por 1-2. Várias alterações nas duas
equipas em relação aos últimos compromissos. Lito Vidigal contrariou a velha
máxima de que em equipa que ganha, não se mexe e operou três mudanças em
relação à formação boavisteira que bateu o Santa Clara: Moussa Koné, Róbert Bozenik
e Joel Silva abriram espaço no onze para as entradas de Steven Vitória,
Abdoulay Diaby e Gboly Ariyibi. Mais do que as mudanças das peças, a mudança na
estratégia. O técnico boavisteiro manteve a linha defensiva de cinco elementos,
mas encostou Sidoine Fogning e encaixou Steven Vitória no meio do trio de
centrais. Dos cinco jogadores da linha, quatro foram defesas centrais e Rodrigo
Abascal teve a missão de ora ser o central mais à esquerda,
ora saltar para a posição '6' e policiar o médio adversário a jogar
entre linhas, quase sempre João Mendes. Do outro lado, após o empate em
Sevilha, Luís Freire manteve a essência da equipa, mas com seis alterações no
onze: Hevertton Santos, Mikel Villanueva, Tiago Silva, Úmaro Embaló, Nélson
Oliveira e Nuno Santos deram lugar a Miguel Maga, Filipe Relvas, Samu Silva,
Telmo Arcanjo, Vando Félix e Dieu Michel. Estratégias totalmente contrastantes
as que se viram no relvado do Bessa. Desde cedo os vimaranenses tentaram
embalar a pantera no seu futebol rendilhado, com João Mendes a
vaguear pelos espaços dentro do bloco axadrezado e a ser muitas vezes
o alvo das combinações de uma equipa que procurou levar o jogo aos três
corredores e ser paciente com a bola. Nessa toada, entrou mais autoritária a equipa
visitante, cujo jogo ofensivo desaguou muitas vezes no flanco esquerdo. Vando
Félix, porém, não viveu a melhor das noites no aspeto da definição. O Boavista,
a apostar claramente num futebol mais direto e em busca de chegar a zonas de
finalização no mínimo de toques possível, conseguiu lançar algumas vezes
Ariyibi pela esquerda, mas poucas vezes conseguiu dar seguimento. A dupla
composta por Ibrahima Camará e Ilija Vukotic foi mais reativa que proativa,
claramente talhada para o momento sem bola e Marco van Ginkel, o falso extremo
direito que jogou sempre por dentro, não teve tanta bola quanto certamente
gostaria (ele e o coletivo...). Ainda assim, foi do pé direito do neerlandês
que saiu o primeiro golo da noite, na marca dos onze metros, a castigar uma
entrada imprudente de João M. Mendes sobre Vukotic. Permitam-nos, no entanto,
recuar uns minutos para um episódio que em nada valoriza o espetáculo. Não
valoriza nada de nada, na verdade. A cerca de cinco minutos do descanso, Bruno
Varela deixou a baliza vitoriana e arrancou relvado fora, determinado em
abandonar a partida. Na origem terão estado alegados insultos racistas vindos
do setor afeto à claque boavisteira, posicionado atrás da baliza que o
guarda-redes defendeu na primeira parte. O jogo esteve interrompido por alguns
minutos, Varela foi travado no banco boavisteiro, onde ficou à
conversa com vários elementos da equipa da casa. Ao mesmo tempo, Abascal pedia
serenidade à massa adepta axadrezada. O jogo reatou, o Vitória SC acusou a
quebra do ritmo e o Boavista chegou ao tal golo de grande penalidade, em cima
do descanso.
Artilharia pesada para resolver
Luís Freire iniciou as mexidas na equipa logo no arranque
da segunda parte e o Vitória SC acentuou o domínio. O Boavista teve cada vez
mais dificuldades para sair e foi empurrado para trás pelos vimaranenses, que
rapidamente chegaram ao empate. O checo Tomas Vaclík esteve em grande plano
durante toda a primeira parte, com uma série de boas intervenções que
mantiveram segura a baliza boavisteira. Nada pôde fazer, aos 50 minutos, quando
o corte em carrinho de Vukotic o acabou por trair. O Boavista fez uma rara
aparição na área adversária cerca de dez minutos depois, mas o remate de
Sidoine Fogning foi bloqueado. Continuou a carregar o Vitória SC
depois disso e à medida que Luís Freire foi puxando da artilharia pesada,
o domínio foi cada vez maior. As oportunidades de golo foram várias, mas a
equipa vimaranense esteve perdulária. Só não pagou caro por isso porque, aos 76
minutos, Vando Félix arrancou uma grande penalidade e Tiago Silva confirmou a
reviravolta. Num sempre difícil confronto pós-Conference League, o Vitória SC
reagiu a tempo e resgatou três pontos que permitem a subida ao sexto lugar, com
38 pontos. O Boavista segue na última posição com 15 pontos, menos dois do que
o Farense.