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quarta-feira, 31 de março de 2010

CARTA AO MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

EXMO. SENHOR
DR. RUI PEREIRA,
DIGMO. MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA
Praça do Comércio
1149-018  LISBOA

Porto, 25 de Março de 2010

Exmo. Senhor,

Antes de tudo o mais, queremos deixar claro a V. Exa. que o actual Conselho de Administração da Boavista F.C., Futebol, SAD tem o maior respeito pelas forças de segurança, o que pode ser comprovado através do diálogo profícuo que temos mantido com a P.S.P., a quem compete zelar pela ordem no nosso Estádio do Bessa Século XXI.

Ao mesmo tempo, há momentos de maior emotividade que aconselham prudência e bom senso, pelo que apenas hoje nos dirigimos a V. Exa., alguns dias depois do jogo que origina esta carta.

Como saberá , o jogo de futebol A.D. Lousada/Boavista SAD, do C.N. II Divisão, disputado no passado dia 14, foi marcado por vários incidentes, que envolveram a G.N.R. e adeptos dos dois clubes.

Do ponto de vista desportivo e disciplinar, o respectivo Conselho da Federação Portuguesa de Futebol tem capacidade e meios para exercer as suas competências, desde o comportamento de todos os que intervieram no espectáculo até ao dos adeptos. Não duvidamos, portanto, que a postura do senhor Presidente da Comissão Administrativa da A.D. Lousada – qual pirómano das emoções – será suficientemente realçada pela negativa e devidamente punida (como já foi) pela organizadora da competição.

Importa-nos, fundamentalmente, a actuação da Guarda Nacional Republicana e as consequências que o seu comportamento ditou.

À partida, surpreende-nos que a sete jornadas do final do citado campeonato, ainda não tenha sido entendido por quem de direito que a Boavista SAD movimenta um número invulgar de adeptos. Da nossa parte, desde o início da prova que sabíamos desta realidade.
A G.N.R. ignorou-o e daí que, em Lousada, tenha sido gritante a sua incapacidade em preparar o jogo. Preparar, no sentido de prever, enquadrar e proteger os adeptos da Boavista SAD, presentes em número que rondaria as 350/400 pessoas. Ora, desde o número de efectivos destacado (reduzido, embora também sintamos na pele os custos do policiamento dos jogos) até ao comportamento totalmente passivo de quem devia manter a ordem, apenas podemos elencar os seguintes exemplos:

1.    Foi permitido que os que nos acompanharam ficassem num espaço que não devia albergar mais de 200 espectadores; (ver imagem 1 e imagem 2)

2.    O portão que dava acesso a este espaço apareceu surpreendentemente aberto a cinco minutos do fim do jogo, sem que a saída dos nossos adeptos fosse controlada e defendida;

3.    Incapacidade perante a atitude de adeptos da A.D. Lousada que, antes de o jogo acabar, vieram para a rua vizinha ao estádio, daí iniciando uma série lamentável de provocações (verbais e físicas) aos nossos apaniguados. São os próprios adeptos da A.D. Lousada que, ingenuamente, o confirmam, numa mistura de impunidade e bravata, conforme documento que anexamos.

Depois disto, incapaz de preparar e ainda menos de emendar os vários erros que cometeu, a força da G.N.R., presumimos que já reforçada, passou do oito ao oitenta, batendo a torto e a direito, não poupando mulheres, pessoas de idade e jovens que vão ao futebol sem qualquer intenção que não seja a de passarem uma parte da tarde de modo agradável. São várias as queixas apresentadas por feridos, incluindo um nosso enfermeiro, que integrava a comitiva oficial da SAD, bem como uma nossa Directora das Relações Públicas.

Chegados a este ponto, julgávamos que fosse quanto baste. Mas não! Num tão impensável quão inadmissível “Forum GNR”, vários elementos dão espaço à sua boçalidade, ameaçam e prometem que num futuro próximo nenhuma bastonada cairá no chão. Inacreditável esta forma cobarde de quem diz vestir uma farda, pelos vistos apenas para a manchar. Pode consultar esta ligação e também esta.

Como V. Exa. anotará, é insistentemente referido o jogo Moreirense-Boavista, marcado para Moreira de Cónegos, em 11 de Abril próximo. Temos a certeza de que não deixará de tomar as medidas necessárias para que tudo decorra com normalidade.

Pela nossa parte, continuamos convictamente a exortar os nossos adeptos a acompanharem-nos, porque estamos num País europeu, civilizado, em que a mais intolerável das claques não pode ser a “claque da GNR”.
Certos da atenção que V. Exa. dedicará a este assunto, ficamos à inteira disposição para qualquer esclarecimento que pretenda e apresentamos os nossos cumprimentos.


O PRESIDENTE DO C.A.,

ÁLVARO BRAGA JÚNIOR

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