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terça-feira, 13 de abril de 2010

Comunicado do Mais Futebol sobre a rescisão de Carlos Miguel

Boavista: jogador amua, abandona campo e é dispensado ao intervalo

«O Carlos Miguel fez o que nunca ninguém tinha feito»

O desespero e a frustração podem levar-nos a fazer a mais disparatada das coisas. Rouba-nos a razão e espalha-nos ao comprido no manto do embaraço. Só isso pode atenuar a gravidade da atitude de Carlos Miguel, jogador do Boavista, no jogo de domingo em Moreira de Cónegos.


O episódio é inaudito. Perto do final da primeira parte, com o resultado em 3-1 desfavorável aos axadrezados, Carlos Miguel falha um passe e origina o quarto golo do Moreirense. A reacção do atleta deixa todos os presentes boquiabertos. Baixa a cabeça, coloca os olhos no chão e tenta abandonar o campo!

Vitor Paneira está na bancada a cumprir suspensão e desce ao relvado. Mesmo de muletas, o treinador impede o pupilo de sair para os balneários. Rui Gonçalo, presidente-adjunto, é outro dos que agarra e tenta incutir alguma serenidade ao atleta. «Ele só me dizia que não estava em condições», explica o dirigente ao Maisfutebol.

«Não podemos aceitar o que o Carlos fez»

«Nunca na centenária história do Boavista alguém fez o que o Carlos Miguel fez. Disse-lhe na cara que era intolerável aquela atitude. Ofendeu toda a instituição e os adeptos que estavam nas bancadas.» Carlos Miguel abandona o relvado à força e regressa logo depois para jogar os instantes que faltam até ao tempo de descanso.

Nos balneários é de imediato informado da dispensa. Uma decisão irreversível do elenco presidido por Álvaro Braga Júnior. «Não podemos aceitar o que ele fez. Aceitamos um passe errado ou uma má exibição. Manchar a honra do emblema do Boavista é que não.» «O Carlos Miguel percebeu perfeitamente a gravidade do que fez», completa Rui Gonçalo, desanimado pela derrota e pelo comportamento de um jogador «importante» no grupo de trabalho.

Carlos Miguel já nem sequer regressa ao Porto no autocarro da equipa. A separação fica consumada no Minho, em condições anormais.

Atleta reage em comunicado

O Maisfutebol contactou também o protagonista desta história, naturalmente. Carlos Miguel reagiu num comunicado emitido ao final da noite, assumindo o seu erro «pontual» e referindo que só foi informado mais tarde, após uma reunião extraordinária da direcção, da sua dispensa.

«(...)De qualquer modo peço desculpa à extraordinária massa associativa e adepta do Boavista, tal como fiz no final do jogo aos colegas e equipa técnica pelo meu erro que permito-me classificar de humano... Porém, não aceito linchamentos públicos. O meu passado em todos os clubes, incluindo o Boavista (cheguei a jogar lesionado por atraso na inscrição de jogadores, por exemplo) demonstra um perfil pessoal e profissional que não pode ser posto em causa.»

Carlos Miguel acusa, no seguimento desta ideia, alguns «dirigentes (?)» de falta de apoio e desonestidade. «(...) declaro que prescindo das verbas contratuais de Abril e Maio, bem como dos montantes atrasados (25% de Janeiro, mais Fevereiro e Março, além das rendas da casa que já paguei do próprio bolso), perdoando assim quem não pensou sequer em perdoar alguém merecedor, pelo menos, do benefício da dúvida. Por tudo isto (e muito mais haveria a dizer) não reconheço idoneidade moral a quem me tenta denegrir, porque não atira pedras quem tem telhados de vidro.»

«Reitero as minhas desculpas, mas é todo um acumular de graves situações, sem procurar falsos pretextos, que contribuiu para o sucedido.»

O médio tem 24 anos, representou Pampilhosa, Marialvas, Tocha, Tondela e Atl. Valdevez antes de chegar ao Estádio do Bessa.

É, desde 2008, aluno do 2º ano do curso Master Profissional em Alto Rendimento em Desportos Colectivos do INEFC, em Barcelona, Espanha.

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