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quarta-feira, 7 de março de 2012

Comunicado da Direcção

Quando da despromoção administrativa da equipa profissional da Boavista, SAD e da demissão do engº Joaquim Teixeira, então Presidente da Direcção do Boavista F.C. e, de facto, gestor da SAD, entendi que um vazio liquidava uma Instituição que está – felizmente – a um passo de cumprir 109 longos e brilhantes anos de existência.

Então, no limite, apresentei a minha candidatura à presidência da Direcção do Clube, com o privilégio de me sentir confortado com a companhia de dirigentes a quem, hoje, não quero deixar de agradecer, independentemente de, nesta ou naquela decisão, terem discordado de mim.

Do mesmo modo, nomeei dirigentes jovens que, amanhã, se os associados o entenderem em acto eleitoral, serão uma das razões de existir desta notável colectividade.

Num momento difícil, quase ao fechar das portas, recordo o “programa” aparentemente impossível que apresentei:

Credibilizar novamente a Instituição, saída do lamentável episódio Sérgio Silva;

Evitar o fecho das portas do Estádio do Bessa Século XXI, que alguns, confessadamente ou não, tanto pretendiam;

Lutar até ao limite para que nos fosse feita justiça;

Fazer o Futebol de Formação regressar a casa;

Manter o ecletismo do Clube;

Lançar a primeira pedra de um pavilhão funcional que servisse as nossas modalidades amadoras.

Permita-se-me dizer que cinco destes pontos estão realmente cumpridos: a Instituição foi (re)credibilizada; as portas da nossa casa não se fecharam; a justiça foi-nos feita, na primeira batalha de uma longa guerra; o Futebol de Formação está no Bessa, tem bons resultados e aqui fica mais adulto todos os dias; e o ecletismo do Clube não só foi mantido como cresce com dignidade e talento, de que são exemplos o regresso do hóquei em patins e o percurso invulgar da equipa feminina de râguebi, campeã nacional invencível da II Divisão e arrebatadora vencedora da Taça de Portugal.

Por cumprir está o lançamento da primeira pedra do novo Pavilhão Acácio Lello. Era cómodo mas não seria sério “plantar” um calhau num pedaço de terra, como que deixando para outros uma obra difícil. Por seriedade intelectual, preferimos – eu e os que me acompanham – esquecer esse momento, seguramente mediático mas complicado de finalizar.

Sabemos o que herdámos e, como tal, recusamos deixar idêntico legado.

Posto isto, em nome da Direcção do Clube e do Conselho de Administração da SAD, não quero deixar de agradecer aos que foram imprescindíveis para que as portas não se fechassem.

Desde logo, aos funcionários que se mantiveram, contra ventos e marés, achando que servir o Clube não é uma obrigação pontualmente paga mas uma forte devoção. Obrigado.

Depois, aos dirigentes, seccionistas, treinadores, atletas, médicos, enfermeiros, colaboradores e roupeiros, que dão corpo e forma a este gigante. Sem eles, haveria intenção mas nunca realidade. Obrigado.

Para o fim, deixo propositadamente a massa associativa que resiste e os Panteras Negras que cada vez mais existem. Com todos estes, jogar fora é como jogar em casa. Com todos estes, a grandeza e a razão de ser são palpáveis. Sem estes, não havia motivos para enfrentar o dia-a-dia nem razões para lutar. Obrigado.

Perante isto, sou o Presidente feliz de uma Direcção que também o é. Estamos convictos do dever cumprido. Sabemos digerir as críticas como recusamos as insinuações e os insultos medíocres daqueles que, a coberto do anonimato ou não, são contra o Clube, muito mais do que pelo Clube. Sempre aceitei o exemplo dos que fizeram bem. Não estou disponível para os que nada fizeram, para além de dizerem mal de tudo e de todos, até deles próprios, quando se olham ao espelho.

Mas as dificuldades diárias mantêm-se. Por vezes, parecendo inultrapassáveis. Das despesas comuns (como as da electricidade) aos acordos que temos de cumprir, face a dívidas do passado.

Em reunião havida no sábado passado, a Direcção a que presido decidiu unanimemente que a solução mais cómoda era a de apresentar o pedido de demissão. Assim, deixávamos aos que têm soluções (dos blogues aos cafés e da bancada á suspeita clandestinidade) a possibilidade de servirem o Clube e de porem em prática as suas ideias. Isto, num momento particularmente empolgante.

Contudo, esta era a solução que iria trair todos os que, confiando em nós, esperam mais força dos nossos gestos e decisões que traduzam um sinal positivo. De atletas a funcionários, ninguém merece ficar só.

Daí que, com cada vez menos receitas e mais despesas, tenha a Direcção a que presido decidido fazer um apelo à colaboração dos associados e simpatizantes que têm estado mais distantes, exortando-os a juntarem-se a esta luta.

Ao mesmo tempo, eu próprio solicitarei ao Sr. Presidente da Assembleia Geral – demissionário mas em exercício – uma reunião, em que lhe darei conta de toda esta situação e de todas as eventuais consequências que dela podem advir, incluindo a possível demissão da Direcção.

Porto, 7 de Março de 2012

Álvaro Braga Júnior

Presidente da Direcção do Boavista F.C.

Presidente do Conselho de Administração da Boavista SAD

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