FC PORTO-2
BOAVISTA FC-2
19ºJornada Época 2020-2021
PL:Mehdi Taremi PL:Alberth Elis(Jorge Benguché 83')
45 minutos
de xadrez...
Da primeira
parte desde dérbi portuense resulta uma sinopse simples: 45 minutos para
esquecer do ponto de vista do FC Porto, absolutamente exemplares do ponto de
vista boavisteiro. Com cinco na linha defensiva, os axadrezados faziam do jogo
de posse em largura do FC Porto absolutamente inócuo (e lento, tão lento), mas
o mérito das panteras ia muito além do processo defensivo: com a bola, fosse em
transição ou de forma um pouco mais apoiada, a equipa de Jesualdo Ferreira
explorava na perfeição os espaços concedidos, em particular num meio-campo com
Fábio Vieira e Sérgio Oliveira sem capacidade para tapar caminhos (e muito cedo
começaram a aquecer três médios).
Com três
homens no meio-campo, bem alargados e apoiados pelo falso avançado Angel Gomes,
os boavisteiros tinham Alberth Elis solto na frente para atacar a profundidade
e o hondurenho foi sempre o jogador mais perigoso de toda a primeira parte, com
três ocasiões de golo claríssimas na cara de Marchesín. A primeira foi logo no
arranque, com Marchesín a segurar o nulo que pouco duraria. Bastaram mais seis
minutos, o Boavista teve direito a um pontapé de canto (erradamente, note-se) e
aproveitou na perfeição, com Jackson Porozo a antecipar-se a Diogo Leite e a
fazer um grande cabeceamento para golo. Deste Jackson o Dragão não estava a
gostar... ...como não estava a gostar mesmo nada de Elis. Em lances de ataque
rápido, o hondurenho era ameaça constante. Marchesín teve de ser de novo uma
muralha para evitar o golo aos 31', mas nada pôde fazer já perto do intervalo
quando um lance pela esquerda resultou em cruzamento rasteiro para as costas da
defesa portista e Elis apareceu mesmo para consumar o 0x2. Na ameaça anterior
tinha sido Cannon a lançar (muito bem) o avançado, dessa vez foi Mangas e
também os laterais boavisteiros mostravam ter assimilado por inteiro o plano.
Tudo ótimo
para os boavisteiros, cuja estratégia funcionava na perfeição, tudo por fazer
para os portistas para que o primeiro lugar não ficasse ainda mais longe.
Sérgio Conceição apressou-se a rumar ao balneário, ainda antes do apito, pronto
para dar um sermão e, quase obrigatoriamente, passar uma mensagem à equipa por
via de substituições. ...
e 45 de fogo
do dragão
Foram três
de uma vez. O treinador portista retirou os três vencedores da Youth League que
estavam no onze - Diogo Leite, Fábio Vieira e João Mário -, trouxe a maior
maturidade de Zaidu, Grujic e Otávio, quando tão importante como estancar o
meio-campo era juntar a intensidade ofensiva que faltava (e de que maneira) à
equipa portista.
Tudo mudou, e tinha que mudar, e o FC Porto foi muito mais o campeão que conhecemos a partir dessas alterações. Construiu de formas diferentes, muito mais intenso, juntando ao ataque em largura as tentativas de penetrar pelo centro. A pressão acumulava-se muito sobre a defesa boavisteira, que acabaria por quebrar, ainda que sem a reviravolta completa. Aos 54' o FC Porto conseguiu reduzir, com origem num lançamento longo e com Taremi mais uma vez a mostrar a excelente forma que atravessa, ainda que o remate tenha sofrido desvio rumo à baliza de Léo Jardim. Por outro lado, Marega ia passando mais uma vez muito ao lado do jogo e seria substituído com naturalidade por Evanilson. Para o último quarto de hora, que foi de loucos, entrou o estreante Francisco Conceição.
Foi nessa reta final que o FC Porto, que entrava para os últimos minutos em desvantagem, ainda foi a tempo de ter duas oportunidades para o xeque-mate. Sérgio Oliveira converteu na perfeição um penálti para empatar a partida, mas falhou o segundo - conquistado por Francisco Conceição -, acertando em cheio no poste. E mesmo no fim... um golo anulado a Evanilson devido a um toque com a mão do brasileiro no lance do golo. E o tal momento que filho e pai partilharam e que, afinal, não contou para o resultado.
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