22ºJornada Época 2020-2021
GR:Léo Jardim GR:Luiz Júnior
DD:Reggie Cannon DC:Srdan Babic
DC:Cristián Castro DC:Riccieli(Diogo Figueiras INT)
DC:Chidozie Awaziew DC:Diogo Queirós
DE:Ricardo Mangas MC:Rúben Vinagre(Fernando Valenzuela 82')
MC:Javi Garcia MC:Manuel Ugarte
MC:Nuno Santos(Yanis Hamache 76') MC:Andrija Lukovic(Anderson Silva 63')
MC:Paulinho MC:Pepê Rodrigues
PL:Angel Gomes(Sebastián Perez 90') PL:Gil Dias
PL:Alberth Elis(Jorge Benguché 90') PL:Alexandre Guedes(Calvin Verdonk 83')
PL:Gustavo Sauer(Show 70') PL:Heriberto Tavares(Bozhidar Kraev 63')
Cartões Vermelhos:Manuel Ugarte 75'.
Golos:Ricardo Mangas 17',Paulinho 65' e Sebastián Perez 91'.
Receio? A fuga é para a frente
No lançamento do encontro, Silas tinha refutado a ideia de
um jogo mais especulativo; e estava certo. Indiferentes ao sufoco
classificativo, Boavista e Famalicão «atiraram-se» ao jogo com a coragem de
quem precisa mais dos três pontos do que da «segurança» do nulo. A consequência
foi um espetáculo com qualidade entre duas equipas que a têm, mas que nem
sempre a evidenciam. Entrou (bem) melhor o conjunto axadrezado, que só não
ficou com a vantagem no marcador do seu lado logo no minuto inaugural porque o
tiro de Angel Gomes foi colocado demais; a bola bateu no poste direito da
baliza de Luiz Júnior e fez depois aquela travessia angustiante junto à linha
de golo, sem entrar. Era o tónico para 45 minutos prazerosos, do ponto de vista
do espectador. Enquanto o Boavista parecia mais homogéneo, a equipa de Silas
apoiava-se sobretudo na qualidade individual. Gil Dias foi um dos casos, com um
remate forte à malha lateral (6'). Respondeu a pantera, com Elis a usar a visão
de jogo para encontrar Nuno Santos em posição frontal; o remate do médio
boavisteiro encontrou Luiz Júnior como obstáculo.
Mangas ganhou-lhe o gosto
Mais Boavista no jogo, um dado coroado com o golo logo a
seguir. Canto batido, Chidozie ganha o primeiro duelo pelo o ar e Ricardo
Mangas foi quem tirou o proveito, ao segundo poste, desviando também com a
cabeça. Depois de ter marcado em Guimarães, o lateral voltou a ser eficaz neste
tipo de lance. E justo, porque os do Bessa eram por esta altura a melhor equipa
em campo. Exigia-se resposta por parte
do Fama. E foi dada por Rúben Vinagre, que apesar de ter estado na origem do
golo axadrezado (perdeu a bola que lançou o ataque rápido) se afirmou como a unidade
em destaque nos visitantes. À meia hora de jogo teve no pé a bola do empate,
mas o remate bem gizado teve a mesma pontaria que a tentativa de Angel Gomes no
primeiro minuto: bola no ferro. Intenso e com vários momentos de qualidade
técnica. Ainda antes do descanso, nova aproximação «venenoso» do Boavista, com
Ricardo Mangas a sacar um daqueles cruzamentos à flor da relva que tiram a bola
a qualquer defesa; mas Luiz Júnior teve comprimento suficiente nos dedos para
atrapalhar a ação de Elis, que acabou por não conseguir a emenda feliz.
Mais Fama, menos proveito
O jogo nunca desiludiu. É esse o marco maior do duelo do Bessa. O Famalicão fez pela vida, e muito, mas a falta de rotinas ofensivas - e de confiança - voltou a atraiçoar o conjunto de Silas. Guedes acertou na trave aos 50 minutos (mas estaria em posição irregular) e Kraev chegou um segundo atrasado para ser feliz (64'); o castigo foi duro, no minuto seguinte. Paulinho. Palavra para ele, o melhor da noite sem contestação. Primeiro em zonas mais centrais, a meio da segunda parte na direita no reformulado 4x4x2 do Boavista. E como quem chama a si a coroa do jogo, arrancou imparável e deixou para trás quem tentou pará-lo; fuzilou, depois, sem piedade para Luiz Júnior. A boa noite coletiva da pantera premiada pelo talento do brasileiro. Com o 2x0, o fim de história podia começar a escrever-se com letras de convicção. E quando Ugarte foi expulso, aos 75 minutos, por uma entrada duríssima sobre Nuno Santos, até o mais resistente dos adeptos famalicenses percebeu que a busca por pontos não seria bem conseguida na cidade do Porto. O 3x0, apontado por Sebástian Pérez (que tinha acabado de entrar), só confirmou o cenário.
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