CD SANTA CLARA-3
BOAVISTA FC-3
30ºJornada Época 2020-2021
DD:Rafael Ramos DC:Jackson Porozo(Show 63')
DC:Fábio Cardoso(C) DC:Chidozie Awaziew(C)
DC:Mikel Villanueva DC:Adil Rami
DE:Mansur(Pierre Sagna 94') ED:Reggie Cannon
MC:Lincoln(Ukra 84') MC:Paulinho
Golos:Alberth Elis 17',Lincoln 45',Carlos Júnior 50',Marco Pereira 69'(a.g.) e Fábio Cardoso 94'.
De cambalhota em cambalhota até se ....empatar tudo. Assim
foi um jogo de loucos entre o Santa Clara e o Boavista, que contou com duas
cambalhotas no marcador e que acabou com o golo do empate, 3x3, nos descontos,
levando ao desespero dos boavisteiros e alimentando o sonho açoriano. Duas
equipas em diferentes situações neste final de temporada. De um lado, o Santa
Clara, mais confortável na luta pela europa e onde o treinador Daniel Ramos
fez apenas uma alteração em relação à equipa que perdeu na jornada anterior,
frente ao Benfica (2x1), regressando Fábio Cardoso para o lugar de João Afonso.
Do outro, o Boavista, aflito por pontos que o afastem da zona de despromoção,
onde Jesualdo Ferreira fez quatro alterações em relação ao onze inicial que na
jornada passada perdeu com o Marítimo (0x1), fazendo entrar Ricardo Mangas, Seba
Pérez, Paulinho e Jackson Porozo para os lugares de Devenish, Nuno Santos, Show
e Njie. O jogo adquiriu ainda mais importância para os axadrezados a partir do
momento em que, minutos antes do pontapé de saída com o Santa Clara, o Farense
e o Gil Vicente empataram (0x0), o que queria dizer que o uma vitória os
deixaria em 14º lugar.
Talento e erros
Com a obrigação de pontuar para respirar melhor na tabela
classificativa, Jesualdo Ferreira voltou a apostar num 3x5x2, que permitia à
defesa do Boavista apresentar-se numa linha de cinco aquando do processo
defensivo - à qual se juntava ainda o trinco Seba Pérez - e com os alas a
apoiarem o ataque a espaços. Essa opção tática, aliada a uma zona de pressão
boavisteira mais baixa, permitiu ao Santa Clara assumir um maior controlo da
posse de bola.
No entanto, o trabalho dos açorianos não foi, de todo,
facilitado, uma vez que as linhas coesas e bem organizadas dos axadrezados não
dava espaço à turma de Daniel Ramos para construir no último terço e estes
apenas conseguiram visar a baliza de Léo Jardim através de bolas paradas nos
primeiros minutos. Do outro lado, o Boavista apostou num jogo mais direto para
os seus alas - Elis caía várias vezes para os lados para desequilibrar - e em
Angel Gomes a ir buscar jogo mais atrás. De resto, foi dessa forma que o
hondurenho inaugurou o marcador, quando pouco depois do primeiro quarto de hora
caiu na direita, trabalhou bem sobre um defesa e rematou para o poste mais
distante, não dando hipóteses a Marco Pereira. O golo forasteiro obrigou os
açorianos a subir as suas linhas de pressão e isso dificultou a construção a
partir de trás do Boavista, o que deu ainda mais espaço ao Santa Clara para
atacar. A formação ilhota apresentou dificuldades e falta de imaginação no
último terço e as suas melhores ocasiões surgiram aquando da inclusão dos seus
laterais, Mansur e Rafael Ramos, no ataque, criando desequilíbrios nas alas.
Foi dessa forma que Carlos Jr. deixou um primeiro sinal de perigo à passagem da
meia hora de jogo, mas a bola saiu à malha lateral da baliza adversária. O
Santa Clara foi crescendo com o passar dos minutos, apesar da escassez de
oportunidades, e o golo do empate caiu praticamente do céu e já em cima do
intervalo, num lance em que o central Porozo teve uma péssima abordagem a uma
bola bombeada para a área do Boavista e permitiu a Lincoln fuzilar na cara de
Léo Jardim, deixando tudo empatado para a 2ª parte.
Ataque era a melhor defesa.
O regresso dos balneários fez bem ao Santa Clara, que entrou bastante mais intenso e pressionante sobre a bola e precisou de menos de cinco minutos para confirmar a cambalhota no marcador. Os açorianos tiveram direito a um livre lateral mesmo junto à grande área e Lincoln bateu em força, tenso, ao primeiro poste, onde surgiu Carlos Jr. a faturar e a fazer o seu 10º golo nesta edição da Liga NOS. Vendo a sua equipa a acumular erros defensivos, mais desorganizada e com um resultado completamente desfavorável, Jesualdo Ferreira mandou a equipa subir a linha de pressão e os seus jogadores responderam bem, aplicando uma maior intensidade no ataque e na disputa de bola. Pouco depois da hora de jogo, os axadrezados passaram a jogar em 4x3x3, colocando mais gente no ataque e no miolo, e acabaram por ser recompensados na bola parada, com Sauer a conseguir marcar de livre direto, num lance em que a bola bateu no poste e ressaltou nas costas de Marco Pereira para entrar na baliza. A mudança tática trouxe benefícios ofensivos claros ao Boavista, que conseguiu projetar mais os seus laterais, Mangas e Cannon, e isso obrigou a defensiva açoriana a dar maior largura à sua defesa. Os axadrezados viram o jogo mais partido e a defesa do Santa Clara com mais espaço entre si e Paulinho apostou na velocidade de Elis para causar estragos. O avançado deixou a sua marcação direta pelo caminho e na cara de Marco restabeleceu a liderança boavisteira em apenas seis minutos. Sabendo da importância de voltar para o Continente com três pontos na bagagem, Jesualdo Ferreira assumiu a defesa do resultado, colocou em campo Devenish e regressou a um sistema de cinco defesas. O Santa Clara foi com tudo em busca do empate, Daniel Ramos investiu no ataque e foi colecionando oportunidades atrás de oportunidades, até que já no último minuto do período de descontos Fábio Cardoso fez de ponta de lança e aproveitou a confusão proveniente do «choveirinho» para empatar definitivamente o jogo. Com este resultado, o Boavista não aproveitou o empate entre o Rio Ave e Portimonense, à mesma hora, e continua em 16º lugar, a dois pontos dos vilacondenses e do Famalicão. Do outro lado, o Santa Clara ainda alimenta a qualificação para a UEFA Conference League e subiu ao 7º lugar, a quatro pontos do Vitória SC.
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