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sábado, 4 de julho de 2020

Nova Derrota

SL BENFICA-3 BOAVISTA FC-1
30ºJornada Época 2019-2020
4 de Julho de 2020 - 21h15
Estádio da Luz em Lisboa
 Árbitro:Fábio Veríssimo(A.F.Leiria)







GR:Odysseas Vlachodimos GR:Hélton Leite
DD:André Almeida DD:Carraça
DC:Rúben Dias DC:Ricardo Costa
DC:Jardel DC:Gustavo Dulanto
DE:Nuno Tavares DE:Marlon Xavier
MC:Pizzi(Jota 91') MC:Nwanko Obiora
MC:Gabriel(Andreas Samaris 79') MC:Alberto Bueno(Yusupha Nije 59')
MC:Julian Weigl MC:Paulinho
ME:Franco Cervi(Rafa 72') ME:Fernando Cardozo(Mateus 59')
MD:Chiquinho PL:Gustavo Sauer(Luís Santos 85')
PL:Haris Seferovic(Carlos Vinicíus 72') PL:Cassiano Moreira(Nikola Stojiljkovic 73')

Treinador:Nélson Veríssimo    Treinador:Daniel Ramos

Cartões Amarelos:Cassiano Moreira 40',Nwanko Obiora 62' e Nuno Tavares 63'

Golos:André Almeida 13',Pizzi 31',Gabriel 42' e Gustavo Dulanto 64'.



Mudou o treinador e apareceu uma vitória para os lados da Luz. Cinco jogos depois, o Benfica voltou a vencer em casa. Na estreia de Nélson Veríssimo, os encarnados derrotaram um Boavista pouco criativo em termos ofensivos e que não conseguiu aproveitar algumas das fragilidades encarnadas neste período pós-Bruno Lage. O golo de André Almeida, ainda no primeiro quarto de hora, ajudou a formação benfiquista a recuperar confiança e tranquilidade para um triunfo que apesar de não ter convencido ajuda a afastar alguns fantasmas.

Efeito demissão

O tempo de Lage já lá vai. Para trás ficam as memórias, as conquistas, a felicidade dos adeptos encarnados, mas também a tristeza e desilusão por uma época abaixo daquilo que as expectativas foram criando. Este Benfica já não é o mesmo da época passada e a culpa não é só de João Félix. Com a chegada de Nélson Veríssimo a equipa mudou em termos de atitude competitiva, mas para isso também ajudou o golo cedo que faltou a Lage em jogos como o último que realizou na Madeira, aí com oportunidades mais claras do que aquela que apareceu nos pés de André Almeida após erro de Helton Leite. Ficou tudo mais fácil e a confiança também aumentou. O Boavista, que queria ter bola na Luz para enervar um adversário que aqui não vencia há cinco jogos limitou-se a pressionar desalmadamente, abrindo espaços na defesa e criando pouco no ataque (ao intervalo o único remate à baliza foi anulado por fora de jogo).
Os primeiros sinais foram iguais aos jogos anteriores. O Benfica entrou desligado, pouco intenso, sem conseguir rodar a bola com velocidade. A pressão axadrezada nesse momento foi funcionando bem, é certo, mas chegar aos 10' sem qualquer ataque era sinal de preocupação para o estreante Nélson Veríssimo, que entre pedidos de intensidade e recuperações de bola ia batendo palmas, mesmo que a exibição não fosse assim tão agradável. Só que o erro de Helton Leite mudou mesmo o jogo. Gabriel fez um dos seus passos longos que parecia demasiado longo, mas o guarda-redes do Boavista não se apercebeu da proximidade de André Almeida. Errou a abordagem, foi ao choque e deixou a bola fugir. Mais rápido, o lateral encarnado fez o 1x0 que tirou a águia da sua jaula, mesmo que os perigos de jogos anteriores , como o 0x2 ao intervalo em Portimão, servisse de alerta. O Boavista procurou reagir, mas o Benfica tinha crescido com o golo e desta vez foi o mérito de Helton Leite a adiar a tranquilidade que as águias há muito procuram. Defendeu o remate de Seferovic, fez o mesmo ao de Chiquinho, voltou a defender o de Seferovic... e o Boavista nada fazia. A equipa de Daniel Ramos estava mexida, mas falhava sempre o passe decisivo. Mesmo como bola em zonas ofensivas, o Boavista nada conseguia fazer com ela, ao contrário do Benfica, que novamente numa bola longa de Gabriel, viu Pizzi fazer, de cabeça, o 2x0 perante a desatenção da defesa axadrezada. Impotente, a equipa de Daniel Ramos só conseguiu chegar à baliza num lance de bola parada (o Benfica continua a sofrer neste aspeto), mas o cabeceamento de Dulanto acabou por ser anulado por fora de jogo. Teria sido uma boa resposta do Boavista, mas não contou. Do outro lado, o Benfica voltava a ser prático e eficaz. Na direita, Pizzi encontrou Gabriel, que desta vez não entregou a bola a ninguém. Colocou-a na baliza a três minutos do intervalo e com um 3x0 que até podia ter sido mais volumoso, mesmo sem grande aperto ofensivo dos encarnados, o Benfica ia para o balneário com um espírito de tranquilidade pouco visto até então. O tempo não deu grande tempo a Veríssimo para muitas alterações, mas a atitude competitiva de alguns jogadores em particular foi diferente da de jogos anteriores. Efeito da chicotada? Talvez sim.

Melhorias axadrezadas

Mostraram falhas do passado Com uma desvantagem de três golos, a segunda parte era um daqueles casos em que a nível mental o Boavista mete o resultado em 0x0 e tenta vencer a segunda parte. Uma forma de motivação para enfrentar os 45 motivos que faltam e para manter a concentração. Daniel Ramos sabia que, apesar do resultado, este Benfica continuava com os problemas da jornada anterior. O tempo cura tudo, mas não quando é tão pouco tempo. A primeira fragilidade foi explorada de bola parada, claro. O Benfica tem sido uma sombra da época passada nesse aspeto do jogo e se a nível ofensivo cria pouco perigo, a nível defensivo tem sido um adversário muito fácil de bater. O Boavista até já tinha dado uma amostra na primeira parte e desta vez Dulanto estava em jogo para reduzir a desvantagem com um belo remate de pé esquerdo perante total desatenção de Chiquinho. Nélson Veríssimo, que tinha sido elogiado no passado por Bruno Lage no que toca às bolas paradas, aplaudiu os seus jogadores dando-lhes motivação para uma segunda parte ainda com muito para jogar. Numa segunda parte que trouxe alguns dos fantasmas do passado (não todos porque desta vez o Benfica ganhou), Seferovic continuou a ser uma assombração daquela época produtiva e encontrou em Helton Leite um obstáculo inultrapassável. A desvantagem agora de dois golos dava alguma esperança ao Boavista, que foi encontrando cada vez mais espaço no meio-campo encarnado, só que no último terço pouco ou nada mudou com as entradas de Mateus, Yusupha e Stojiljkovic. A equipa de Daniel Ramos começava bem, mas não chegava à baliza de Vlachodimos. Com o jogo a arrastar-se de forma lenta para o final, o Benfica ainda teve um golo anulado por fora de jogo de Carlos Vinícius (que belo cruzamento de Nuno Tavares), que no pouco tempo que esteve em campo mostrou o porquê de ter melhores números do que Seferovic. Com Veríssimo, essa pode ser uma das mudanças no próximo jogo. O técnico saberá, pela amostra, que apesar do resultado há muito a melhorar, ainda assim fica o principal nesta fase em que o Benfica estava claramente a precisar de uma vitória para animar. Depois de cinco jogos na Luz, os encarnados voltaram a vencer um Boavista que trouxe boas ideias, mas que não as conseguiu aplicar e que por isso sai da Luz sem ameaçar como poderia ter ameaçado se do meio-campo para a frente as coisas corressem melhor e com isso continua sem triunfos na Luz no século XXI.

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