BOAVISTA FC-0
MC:Javi Garcia MC:Danilo Pereira
MC:Angel Gomes MC:Sérgio Oliveira(Romário Baró 86')
O 141.º dérbi da Cidade Invicta
prometia ser um ponto de viragem no passado recente, mas só foi diferente
durante 45 minutos. Depois acabou como 13 dos últimos 15 (agora 14 dos
últimos 16): vitória do FC Porto. A renovada pantera ainda deu um ar da sua graça,
mas acabou dizimada na segunda parte (0x5), num dérbi que mais do que à moda do
Porto, foi à moda do campeão, que se fez valer da experiência e voltou a
demonstrar toda a sua força.
Parecia que ia ser diferente…
Nos onzes a grande dúvida prendia-se
na possível utilização de Luis Díaz, mas Conceição deixou o colombiano no banco
e apostou no mesmo plano que usou para vencer o SC Braga. Já Vasco Seabra
lançou o estreante Rami para o lugar do indisponível Chidozie, no centro da
defesa, e Benguché para o lugar do lesionado Yusupha, na frente de ataque.
Quanto ao jogo, esse começou a bom ritmo e depressa se percebeu que este dérbi
seria bem diferente em relação ao passado recente, ou pelo menos era esse o
sentimento que pairava. Tanto Boavista como FC Porto pressionavam alto para
tentar anular as respetivas saídas curtas a partir de trás, mas a grande
diferença estava mesmo nos axadrezados. A turma de Vasco Seabra apresentou-se
sem medo de ter bola e com outra presença no meio-campo contrário, com o
rotativo Nuno Santos e o criativo Angel Gomes a destacarem-se dos demais.
Apesar da boa réplica axadrezada, faltavam as oportunidades, com o lance mais
perigoso - uma bola à barra no seguimento de um livre estudado - a ser anulado
por posição irregular. Do outro lado, as oportunidades surgiam quase todas
através de Sérgio Oliveira, que foi o melhor dos dragões na primeira metade e
arriscou várias vezes na meia distância, mas sem sucesso. Quando não rematou,
assistiu Uribe para a melhor oportunidade da primeira parte, num lance de
contragolpe, mas o colombiano atirou ao poste na cara de Léo Jardim. Depois de
uma primeira meia-hora dividida, jogada a bom ritmo e com bastante intensidade,
o FC Porto assumiu a iniciativa de jogo e passou a ter mais posse, mas revelou
dificuldades em ultrapassar a organizada defensiva axadrezada - até então
só tinham incomodado em transição ou através da meia distância. As
oportunidades não apareceram, o ritmo desceu e as duas equipas regressaram ao
balneário com o nulo no marcador…
Mas não foi
Faltava presença ofensiva e outra
definição no último terço, mas tudo ficou resolvido com a palestra de Sérgio
Conceição, ou pelo menos assim pareceu. Num dos primeiros lances da segunda
metade e num lance algo atabalhoado da defensiva axadrezada, a bola sobre para
Otávio, que até estava desaparecido do jogo, mas apareceu na hora certa,
assistindo o inevitável Corona para o primeiro da partida, que aproveitou da
melhor forma alguma passividade de Rami. A resposta não tardou, com Gustavo
Sauer a ameaçar de livre direto e Javi García a ficar perto do golo num
cabeceamento já na pequena área, mas Marchesín travou as duas investidas com
duas paradas de bom nível. A sorte não estava com o Boavista, mas estava com o
FC Porto, que chegou ao segundo precisamente de bola parada, num livre de
Sérgio Oliveira à entrada da grande área, que sofreu um desvio e enganou Léo
Jardim. Vasco Seabra precisava de mudar o rumo dos acontecimentos e apostou no
recém-contratado Ellis, mas o sentido do jogo estava definido e não mudou.
Sérgio Oliveira estava a ser um dos melhores, senão mesmo o melhor em campo, e
aprimorou ainda mais a sua exibição com um grande passe que isolou Marega e o
maliano não teve problemas em bater Léo Jardim pela terceira vez. Poucos
minutos depois, chegou o 0x4, agora num lance estudado de bola parada, mas
novamente através de Marega, agora assistido por Corona. Foi o ponto final nas
aspirações dos axadrezados, que se revelaram incapaz de mudar o rumo do jogo e
ainda viram Luis Díaz coroar o regresso com o 0x5 final, já depois de Léo
Jardim negar o hat-trick a Marega com uma bela intervenção.
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