VSC GUIMARÃES-1
MC:Javi Garcia MC:Mikel Agu
MC:Nuno Santos MC:Rochinha
O Estádio do
Bessa, palco de três jogos do Euro2004 e nesta noite palco do último jogo da
jornada 4, é sobejamente conhecido pela construção à inglesa, com ângulos retos
entre bancadas e com o público (agora ausente) bem próximo da ação. Desta vez,
foi à inglesa também por outra razão: porque foi aqui que Marcus Edwards
renasceu para a Liga 20/21 e garantiu três pontos num duelo clássico do futebol
português. A saída logo aos 57 minutos
do extremo inglês que agora veste a camisola 7 confundiu o próprio jogador, mas
mesmo essa alteração por parte do novo treinador não lhe retirou o protagonismo
num jogo em que um golo bem ao jeito de um fantasista foi decisivo. João
Henriques não podia ter pedido melhor estreia no banco de suplentes do Vitória:
triunfo na visita a um rival histórico, já com muitas melhorias à vista apesar
do pouco tempo de trabalho com a equipa. Para Vasco Seabra, continua a ser
adiada a primeira vitória e os axadrezados ainda não pontuaram em casa.
O regresso de um Rei
Uma troca de treinador após apenas três
jornadas não é comum, ainda para mais não sendo os resultados dramáticos, e por
isso grande parte da curiosidade neste jogo assentava nas opções do treinador
estreante João Henriques, a quem foi entregue a pasta que Tiago não quis
continuar a assumir. Dentro dos possíveis - as ausências nas laterais limitavam
as escolhas, estreou-se Zié Ouattara à direita -, o técnico manteve a base do
onze, embora com a curiosidade de ter em simultâneo Quaresma, Edwards e
Rochinha, com o terceiro a partir do meio-campo para a frente e os outros dois
a assumirem as faixas do ataque.
Vasco Seabra
queria «provar o crescimento» da equipa e também nos axadrezados não houve
grandes surpresas, mas sim um ajuste cirúrgico: na ausência de Angel Gomes, o
técnico apostou em Show, procurando construir um meio-campo mais sólido e
sacrificando a criatividade. Na defesa começavam os quatro de Moreira de
Cónegos, mas o setor teve um revés bem cedo na partida: Adil Rami não aguentou
sequer cinco minutos em campo, sendo rendido pelo estreante Cristian Castro, um
colombiano de 19 anos que andava pelo Vizela na época passada.
Além de ter
tido essa lesão precoce, o arranque da partida só foi clássico no papel.
Algumas faltas duras, jogo muito partido, nada de grandes ocasiões até ao
momento do desequilíbrio criado do flanco direito para o centro: Zié Ouattara,
o tal jovem estreante na lateral, levantou com qualidade para Bruno Duarte, que
trabalhou em esforço sobre a direita e conseguiu desencantar um cruzamento direitinho
aos dois pés de Edwards. E o inglês usou os dois: domínio de classe com o
esquerdo, um tiro com o direito e Léo Jardim a não conseguir responder. O
Boavista queria assumir o jogo em casa, mas faltava fantasia - que falta faz
Angel Gomes... - e a forma rápida como os vitorianos chegavam a posições de
ataque causava problemas à linha defensiva axadrezada. Rochinha, vagabundeando
entre o meio-campo e o ataque, ia ganhando cantos e faltas. Quaresma colocava a
trivela ao serviço da equipa, muito mais em cruzamentos venenosos do que em
remates, Bruno Duarte servia de apoio aos criativos dos flancos. Do lado
oposto, Bruno Varela tinha pouco trabalho, mas suspirou de alívio aos 34'
quando Benguché, com tudo para encostar, se atrapalhou e falhou a finalização.
Mais estreias e um Boavista a querer mais
Vasco Seabra
exasperava no banco, a querer a tal vitória que vai sendo adiada e que podia
ter ficado ainda mais longe quando Rochinha se isolou e, perante Léo Jardim,
lembrou-se de sacar um chapéu que não acertou na baliza.
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