MC:Amine Oudrhiri MC:Show
PL:Ryan Guald ED:Paulinho(Gustavo Sauer 82')
Foi preciso o primeiro jogo em casa, depois de três
partidas «caseiras» no Estádio do Algarve como palco emprestado, para o Farense
chegar à sua primeira vitória na Liga NOS, frente a um Boavista que vinha de
uma surpreendente vitória sobre o Benfica, por 3x0. 18 anos e meio depois, o
Estádio de São Luís voltou a receber um encontro do primeiro escalão, e foi
amuleto para a turma de Sérgio Vieira, que não controlou o jogo mas mesmo assim
encontrou conforto em ceder a posse aos visitantes durante 45 minutos,enquanto vencia por 3x1. Um dia em cheio para todos os leões de Faro, mas com
Ryan Gauld naturalmente em destaque, uma vez que o escocês registou um golo e
duas assistências, para além de uma excelente exibição no meio campo dos
algarvios.
Dois britânicos em Faro
É já um velho estereótipo, os milhares que voam do Reino
Unido para o Algarve para umas boas férias, para uns escaldões, copos, e muita
diversão. Diz-se que o sul de Portugal é casa não só para os algarvios, mas
para todos os britânicos que por lá passam. Ryan Gauld e Angel Gomes, escocês e
inglês, respetivamente, deram o seu melhor para comprovar a teoria. O verão já
passou, mas os dois criativos não perderam a oportunidade para se divertirem em
campo a mostrar toda a sua qualidade técnica diferenciada, e ambos tiveram
tempo para celebrações nos primeiros 45 minutos.
Vasco Seabra não pôde contar com Adil Rami, lesionado,
naquela que era a única ausência de relevo até Reisinho e Ricardo Mangas
testarem positivo à Covid-19. Sérgio Vieira entrou com o melhor onze, mas logo
aos 21 minutos viu Isidoro, capitão e um dos mais influentes na equipa, ser
forçado a sair lesionado. A saída do médio brasileiro pareceu um mau presságio
quando, no lance seguinte, Elis teve na cara de Defendi a melhor chance do jogo
até aí, mas a resposta foi imediata: Abner cruzou, Javi García não conseguiu
livrar-se do perigo na área, e Ryan Gauld apareceu para rematar uma bola que
ficou perdida, colocando-a no fundo das redes para o primeiro golo no São Luís
desde março, num jogo em que, curiosamente, o escocês registou um hat-trick
(3x1) frente ao Académico de Viseu. Ryan Gauld esteve próximo do bis, apenas 10
minutos depois do golo, quando não fez caso da sua baixa estatura e saltou para
um cabeceamento, que saiu à trave de Léo Jardim. Já em cima do intervalo foi a
vez do inglês fazer a festa em Faro. Angel Gomes pegou na bola e conduziu-a até
encontrar espaço para o remate, que lançou colocado para o golaço da tarde.
O dia certo para vencer
Sérgio Vieira não precisou de mais do que os 15 minutos de
intervalo para convencer a sua equipa da importância de vencer esta partida. O
regresso ao Estádio de São Luís era o amuleto necessário para chegar à vitória
e a equipa chegou ao segundo tempo completamente ciente disso, ou, pelo menos,
foi isso que mostrou.
Aos 50 minutos o Farense voltou à vantagem, num lance que pareceu demasiado fácil. Pontapé de canto batido por Ryan Gauld e o sérvio ex-SC Braga Nikola Stojlikovic cabeceou para o 2x1, sem espinhas. Apenas três minutos depois a realização da partida decidiu repetir o lance, dizemos realização porque, claramente, só pode ter sido Gauld a dirigir esta partida. O escocês, que envergou a braçadeira desde a saída de Isidoro, voltou a bater um pontapé de canto e encontrou dessa vez Eduardo Mancha, que cabeceou para o 3x1. Vasco Seabra viu as suas opções e chamou Yusupha para entrar, à custa de Javi García. Um médio de características defensivas por um avançado, para tentar virar um jogo que estava a fugir no segundo tempo, mas a alteração não teve o sucesso pretendido. O Boavista continuou a ver mais bola, mas não teve sucesso perante a muralha de Faro. Elis avisou uma e duas vezes, mas foi Chidozie quem esteve mais perto de reduzir, já nos 10 minutos finais, mas o cabeceamento saiu por cima da baliza de Rafael Defendi. A equipa da casa, unida em busca da sua primeira vitória em 2020/21, aguentou o resultado até ao final. O apito final soou, mas foi quase inaudível devido às celebrações que se seguiram. O Farense esteve finalmente em casa, e em casa foi finalmente feliz.
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