MC:Javi Garcia MC:Cafú Phete
MC:Nuno Santos(Nathan Santos 72') MC:Bruno Ramires
O B-SAD pontuou no Bessa, num jogo onde não foi inferior e
no qual voltou a ficar visível uma versão preocupante do Boavista, que, é
certo, tornou a não sofrer golos (contra o pior ataque do campeonato), mas que
pouco produziu em termos ofensivos. Não se regista evolução em termos coletivos
na criação axadrezada e esse é um problema crescente.
Uma oportunidade aqui, outra ali, mas pouco
Não é novidade que este Boavista, que até começou o
campeonato de forma aberta, disponível para o espetáculo e refém de muita falta
de entrosamento, tem procurado, nos tempos mais recentes, alicerçar-se no
cinismo para melhorar os resultados. O jogo com o Benfica foi um oásis, até
porque aí a responsabilidade estava toda do lado encarnado, no meio do deserto
exibicional que se tem visto na equipa de Vasco Seabra, desesperado por ter
maior solidez defensiva e ansioso que as individualidades (e há tanta qualidade
individual) consigam resolver. Pois bem, para este jogo a questão era se o
nível subiria em relação ao fraco jogo em Vizela, ganho no prolongamento e com
muitas dificuldades.
Só que o B-SAD, que é uma equipa em que a grande lacuna é
a falta de goleadores, soube desde cedo explorar o débil momento de uma equipa
que ainda não fala a mesma língua. Com pressão alta, a explorar a curta
capacidade de Rami, Léo Jardim e Chidozie de ter bola nos pés, os homens de
Petit souberam estar por cima e fazer com que os homens do Bessa duvidassem.
Sentia-se isso. Havia duas exceções: Show e Angel Gomes. O primeiro foi
incansável nas recuperações e um farol para ter a bola nos pés (e o angolano
nem costuma ser referência nesse aspeto). O segundo, que é de outro campeonato,
foi o criativo de serviço, ganhando metros e faltas (algumas com Tiago Martins
a proteger o infrator) e criou a melhor oportunidade dos axadrezados, que
Benguche não foi capaz de concretizar. Nesse momento, já o B-SAD tinha tido o
lance mais sonante da primeira parte, num disparo fortíssimo de Miguel Cardoso
ao ferro. O melhor comportamento dos azuis, com a tal boa pressão e com boa
ligação entre os setores, merecia mais oportunidades, mas a equipa foi curta
para as criar e ainda teve alguns sustos no contra-ataque boavisteiro - a única
forma de a equipa de Vasco Seabra aparecer com perigo no ataque.
Para a segunda parte, já houve maior capacidade azul para chegar ao último terço e tentar alvejar a rede. O trio da frente subiu de produção, com Varela e Sousa a acompanharem o que Cardoso já tinha feito desde o início, e passou a ter a benesse da presença de Sithole, que entrou aos 58 minutos para dar muito mais qualidade e povoamento à zona medular. Se a primeira parte tinha sido muito parca em criação ofensiva por parte do Boavista, a segunda ainda foi pior. Só Cannon teve uma oportunidade, numa rara desatenção do B-SAD, e nada mais. Vasco Seabra tentou encontrar no banco aquilo que não estava a ter em campo, mas praticamente nada daí extraiu. E o jogo, que até teve um pico de emotividade no começo da segunda parte, praticamente mais nada trouxe, à exceção de meia distância da pantera na reta final, sem danos a registar. Um ponto que agudiza uma versão boavisteira aquém do esperado.
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