BOAVISTA FC-2
ED:Aylton Boa Morte PL:Angel Gomes(Yanis Hamache 92')
Eis a primeira vitória da era Jesualdo no Boavista. Os
axadrezados viajaram até ao sul do país para sorrir pela primeira vez em dois
meses, naquela que foi a segunda vitória na Liga para a equipa. Uma excelente
entrada na segunda parte resultou no golo da reviravolta, numa partida com
toque do Professor. Paulinho foi o autor, Angel Gomes também foi protagonista e
as panteras mostraram alguma vida.
Tudo curto até que...
O estatuto de lanterna vermelha pesa e não há como negar.
Este Boavista, com os executantes que têm, não precisava de ser fora de série
para conseguir estar numa posição tranquila, mas a verdade é que também não
parecia conseguir desbloquear. O problema começa na defesa, a mais batida à entrada
para a jornada, mas não fica por aí.
Em Portimão, Jesualdo voltou a mudar o sistema e deixou a
linha de cinco defesas para voltar a um quarteto, ainda que com uma grande
surpresa. Reggie Cannon, que tinha vindo a ser o dono do lado direito, ficou no
banco e foi Devenish, um central de origem, a ocupar o lugar. As dinâmicas mudavam
entre processos, mas as panteras privilegiavam a construção pelo lado esquerdo,
onde Ricardo Mangas oferecia profundidade no ataque. A equipa de Paulo Sérgio,
mais tranquila na tabela, quis assumir o controlo da partida, mas as ideias
eram escassas e o resultado foi um jogo muito lento, com as constantes faltas a
não ajudarem ao espetáculo. Muita luta, mas pouca capacidade para criar perigo.
Na primeira vez que chegaram perigo perto da baliza de Léo Jardim, os algarvios
não desperdiçaram. Fabrício cruzou para o reforço, mas bem conhecido, Ewerton
regressar aos golos pelo Portimonense. E o Boavista, que nem tinha chegado ao
lado contrário, respondeu antes do apito para o intervalo. Elis mostrou faro
para aproveitar uma defesa incompleta de Ricardo Ferreira. Tudo empatado ao
intervalo.
Pontapé na crise
Os minutos finais deixaram um bom indício para o segundo
tempo e o início não desiludiu. O ritmo estava bem mais alto e pairava a
sensação de que, das duas equipas, alguma podia assumir protagonismo.
O destino quis que o segundo golo do Boavista tenha saído dos pés de dois dos mais preponderantes na época, e que conseguem sempre ficar em evidência, mesmo quando a equipa não jogava tão bem como coletivo. Angel Gomes rematou ao poste e Paulinho apareceu de forma oportuna para emendar e consumar a reviravolta. Jesualdo percebeu que tinha de fechar os caminhos da baliza e acabou por sacrificar o marcador para a entrada de Show. Com mais músculo no miolo adversário, Paulo Sérgio escolheu alterar a estratégia e retirou os criativos Luquinha e Ewerton da partida, escolhendo dar mais presença na área, para tentar jogo direto. Acabou por resultar o central adaptado porque as panteras iam sendo capazes de cortar as bolas longas, ora pelo chão, ora pelo ar. O relógio tirou a clarividência do Portimonense e o Boavista aproveitou para sorrir, quase dois meses depois.
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