BOAVISTA FC-2
CD SANTA CLARA-0
Liga Bwin 3ºJornada Época 2021-2022
GR:Rafael Bracalli(C) GR:Marco Ferreira
DD:Nathan Santos(Pedro Malheiro 75') DD:Pierre Sagna(Rafael Ramos 67')
DC:Rodrigo Abascal DC:Kennedy Boateng
DC:Chidozie Awaziew DC:Mikel Vilanueva
DE:Yanis Hamache(Filipe Ferreira 92') DE:Paulo Henrique
MC:Javi Garcia MC:Anderson Carvalho(C)
MC:Sebastian Perez MC:Ricardinho
MC:Gaius Makouta MC:Lincoln(Nené 67')
ED:Kenji Gorré(Ilija Vukotic 75') ED:Allano(Jean Patric 59')
PL:Yusupha Nije(Jeriel de Santis 82') PL:Cryzan(Mohamed Bouldini 67')
EE:Gustavo Sauer(Tiago Morais 92') PL:Rui Costa(Hamidou Keyta 59')
Treinador:João Pedro Sousa Treinador:Daniel Ramos
Cartões Amarelos:Mikel Vilanueva 45',Pierre Sagna 49',Rodrigo Abascal 62',Renato Pontes 63',Nathan Santos 66',Jeriel de Santis 86',Daniel Ramos 87' e Anderson Carvalho 89'.
Golos:Yanis Hamache 31' e Gustavo Sauer 47'.
Atenção e
muito cuidado com este Boavista! Na receção a um Santa Clara com o coração na
Europa, as panteras souberam ter a paciência necessária para caçar uma vitória
por 2x0, a segunda consecutiva nesta Liga Portugal Bwin. Sem nunca duvidar da
sua génese de jogo, a turma de João Pedro Sousa viu o adversário ficar perto de
caçar, na primeira parte, mas acabou a caçar de forma fria, calculista e
afirmativa. Ora não fosse esta uma pantera bem perigosa...
Nó difícil
de desatar
A expressão
«bico-de-obra», utilizada por Daniel Ramos na antevisão a esta partida não
poderia ser mais feliz olhando para este Boavista x Santa Clara... para o lado
açoriano. Se, por um lado, para a visita ao Bessa, o técnico já podia contar
com quase todo o plantel, por outro, a vertente financeira do «sonho europeu»
pesa muito em São Miguel. Não foi, por isso, de estranhar, as muitas alterações
no onze do Santa Clara. Daniel Ramos mudou seis peças, num misto entre
poupanças físicas - depois dos muitos jogos com 14 jogadores disponíveis e com
poucos dias de distância - e poupanças a pensar na visita a Belgrado. Do outro
lado, João Pedro Sousa só mexeu onde foi obrigado (o lesionado Porozo deu lugar
a Abascal). E, perante isto, se esperava que o Santa Clara, com tantas mexidas,
se ressentisse... engane-se.
A primeira
parte não teve muitas oportunidades dignas desse nome, mas o sinal mais até foi
para o Santa Clara, muito ciente do que tinha de fazer para travar a forma de
jogar - de construção apoiada, bem assente nos três centrais e projeção dos
laterais - do Boavista. Anulada a pantera, que se viu bem amarrada na primeira
metade, era tempo de tentar ferir o adversário. E aí destacou-se Ricardinho. Ao
contrário do que era esperado, Cryzan surgiu mais encostado à linha e o jovem
com nome de craque do futsal apareceu muito entrelinhas, nas costas de Rui
Costa, e procurando espaços para último passe. A confiança do Santa Clara,
talvez vinda dos jogos europeus bem conseguidos, sentia-se a léguas, mas a
partida tardava em desatar... até o Boavista mostrar o seu ar felino. A posse
de bola que parecia inofensiva e inconsequente soube ser paciente e conseguiu
ferir no momento e local certos. Chidozie apostou no passe longo, teleguiado, e
numa diagonal para aparecer nos livros, Hamache ultrapassou Sagna e, na cara de
Marco, fez o 1x0 para alegria dos muitos boavisteiros que vieram apoiar o seu
Boavista... às 21h15 de uma segunda-feira.
Matar e
gerir
O golo fez bem ao Boavista. A confiança que se sentia do lado açoriano, passou a ser sentida também na de João Pedro Sousa, mais solta e sempre com o norte e processos bem definidos. E não havia melhor forma de confirmar isso mesmo com o golo que sentenciou o jogo. Logo no início da segunda parte, Gorré, depois de uma bela jogada pela esquerda, cruzou atrasado para o desvio certeiro de Sauer e o jogo ficaria aí cada vez mais para o lado do Boavista. O Santa Clara mostrou-se bem longe (talvez já a pensar demasiado em Belgrado?) do que mostrou saber fazer na primeira parte e caiu no engodo do Boavista, que geriu a partida como quis, acumulando alguns momentos de bom futebol (sempre apoiado!) e de coesão defensiva, perante a perda de discernimento da turma insular. A esta parca reação do Santa Clara não ajudou, convém referir, as muitas paragens e o ritmo muito baixo da segunda parte. Muitos apitos, muitas assistências médicas, muita bola pelo ar... Tudo a contribuir para uma vitória que, no global, não sofre contestação pela exibição muito segura deste Boavista que merece atenção. E pelas oportunidades que foi tendo até podia ter sido uma vitória mais expressiva...
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