FC PORTO-1
Liga Bwin 27ºJornada Época 2021-2022
GR:Rafael Bracalli(C) GR:Diogo Costa
DC:Javi Garcia(Nathan Santos 21') DD:João Mário(Stephen Eutáquio 90')
DC:Jackson Porozo DC:Chancel Mbemba
DC:Rodrigo Abascal DC:Pepe(C)
EE:Filipe Ferreira DE:Zaidu Sanusi
MC:Gaius Makouta MC:Otávio
MC:Sebástian Perez(Jeriel de Santos 81') MC:Vitinha(Marko Grújic 70')
MC:Gustavo Sauer MC:Matheus Uribe
ED:Reggie Cannon ED:Fábio Vieira(Wendell 90')
PL:Yusupha Nije(Kenji Gorré 57') PL:Evanilson(Toni Martinez 90')
PL:Petar Musa PL:Pepê(Wenderson Galeno 25')
Treinador:Petit Treinador:Sérgio Conceição
Cartões Amarelos:Vítor Ferreira 14',Jackson Porozo 17',Javi Garcia 18' e Chancel Mbemba 57',
Golos:Fábio Vieira 32'.
Não
vamos debitar versos de Rui Veloso. Podíamos falar de uma cidade, de uma
rivalidade, de um orgulho tripeiro de quem marca presença neste jogo, em campo
ou na bancada. Tudo forte, tudo intenso, tudo apaixonante. Mas é sobre futebol,
superioridades e sustos, classificações intactas e bancos que fazem a
diferença, mesmo antes do apito inicial, que se tratam estas próximas linhas. O
FC Porto passou no Bessa, num jogo que teve adversidades iniciais e finais para
o líder do campeonato, mas que foi resolvido lá pelo meio. Com muito Fábio
Vieira. O português marcou, a passe de Evanilson, ganhou um penálti que o
brasileiro desperdiçou e ainda o viu atirar uma bola ao poste. Já se percebeu
quem foram os destaques do jogo e também assim se percebe que um foi mais
decisivo do que outro na dupla do impreviso, mas que tem muito pouco de desconhecida.
Banco
de rendimento precoce
Este
foi um jogo onde os bancos tiveram de funcionar bem cedo. Javi García sentiu
problemas a meio da primeira parte e deu vez a Nathan, numa altura em que Pepê
já estava no chão depois de choque com adversário: também não recuperaria e foi
Galeno para o campo. Estava fértil, sem dúvidas, mas a mais frutífera das
mudanças tinha acontecido bem antes. Taremi acusou positivo à covid-19, Fábio
Vieira foi recurso de emergência e rapidamente mostrou a Sérgio Conceição que continua
a ser candidato ao onze. Num posicionamento de 4x3x3, em que muitas vezes foi o
homem do meio e Evanilson o da direita, seria pela esquerda, qual demonstração
de dinamismo, que o brasileiro furaria para dar ao português o golo da
vantagem, após 32 minutos de ascendência comedida.
O FC
Porto entrou melhor, teve logo grande oportunidade por Vitinha (ainda reflexos
de Lyon?) e tomou conta do jogo, embora a uma velocidade pouco recomendada.
Queriam ver de frente em que zonas o Boavista abria espaços, o que normalmente
acontecia pela asa esquerda do dragão, só que a intensidade imprimida nem
sempre era grande. Vitinha, Fábio Vieira e Otávio eram exceções, curiosamente
nenhum deles no onze em França. Aliás, nada de «curiosamente», a explicação é clara:
numa equipa desgastada fisicamente, com a grande sucessão de jogos, a viagem
com percalços no regresso a Portugal, as contrariedades no começo do jogo, tudo
isso era mais do que expectável. Deu para estar a ganhar, não deu para
transmitir sensação de vitória na mão. Assim, podia estar reunido o contexto
ideal para o Boavista. A equipa de Petit conseguia ter regra ao lançar os
ataques, normalmente com bolas esticadas para Musa, impressionante a segurar e
a dar para quem vinha a seguir - Sauer e Makouta melhor que os restantes.
Porém, a capacidade de entrar na área portista era muito curta. No Bessa, já é
quase uma inevitabilidade: as primeiras partes da equipa costumam ser mais
fracas e a reação vem nas segundas. Petit já foi questionado pelo zerozero sobre
isso, não soube responder, mas certamente soube escolher as palavras ao
intervalo. O que não quer dizer que os atos lhes tenham correspondido... Sérgio
Conceição também terá trabalhado a questão "perigo do resultado + perigo
do desgaste" e ordenado uma subida de intensidade para resolver cedo.
Podia ter acontecido, que Fábio Vieira ganhou um penálti a Abascal (ingénuo),
só que aí já faltou Taremi... Evanilson até colocou bem, mas Bracali
agigantou-se para manter a equipa viva no jogo na última meia hora. Mesmo
assim, era um FC Porto superior, já que Sauer ia perdendo frescura e
discernimento e não havia quem desfocasse a equipa dessa referência para o
contra-ataque e lhe desse outra luz. Do banco veio Gorré, que até dispôs de
grande oportunidade numa bola parada, embora estivesse em posição irregular.
Assalto
sem efeito
Quando
Vitinha saiu, ainda com 0x1 no marcador, a equipa deixou de mandar no jogo. O
Boavista cresceu e, naturalmente, o encolher do relógio desinibiu a equipa de
Petit. Tinha de ir à procura de melhor, e foi. Sauer baixou para trinco, Gorré
deu-se mais ao jogo e, ao ritmo da chuva miudinha que se começava a sentir,
pareceu tudo mais incerto.
Quando
Vitinha saiu, ainda com 0x1 no marcador, a equipa deixou de mandar no jogo. O
Boavista cresceu e, naturalmente, o encolher do relógio desinibiu a equipa de
Petit. Tinha de ir à procura de melhor, e foi. Sauer baixou para trinco, Gorré
deu-se mais ao jogo e, ao ritmo da chuva miudinha que se começava a sentir,
pareceu tudo mais incerto.
Quando Musa atirou à trave (já depois de Evanilson chutar ao poste, num excelente contra-ataque de João Mário), parecia que tinha sido ali o grande momento axadrezado para pontuar. Não foi, houve mais, numa dupla oportunidade mesmo a acabar que foi negada por pernas aleatórias e mãos identificadas de Diogo Costa. Custou. Custou mais do que a certa altura se podia pensar. Mas deu. O FC Porto vai para abril com mais seis pontos. A liderança permanece intocável.
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