SPORTING CP-3
BOAVISTA FC-0
Liga Nós 24ºJornada 2022-2023
GR:Franco Israel GR:Rafael Bracalli(C)
DC:Ousmane Diomandé DC:Bruno Onyemaechi
DC:Sebástién Coates DC:Rodrigo Abascal
DC:Matheus Reis(Francisco Trincão 57') DC:Reggie Cannon
EE:Nuno Santos MC:Ibrahima Camará(Bruno Lourenço INT)
MC:Hidemasa Morita MC:Gaius Makouta(Ilija Vukotic 89')
MC:Manuel Ugarte(Mateo Tanlongo 83') MC:Sebástien Pérez
MC:Pedro Gonçalves(Gonçalo Inácio 57') EE:Ricardo Mangas(Martim Tavares 68')
ED:Ricardo Esgaio ED:Pedro Malheiro
PL:Youssef Chermiti(Paulinho 76') PL:Yusupha Nije(Róbert Bozenik 79')
PL:Marcus Edwards(Arthur Gomes 72') PL:Salvador Agra(Masaki Watai INT)
Treinador:Rúben Amorim Treinador:Petit
Cartões Amarelos:Ricardo Esgaio 20',Masaki Watai 76' e Ousmané Diomandé 77'.
Golos:Nuno Santos 17',Salvador Agra 43'(A.G.) e Paulinho 93'.
Números modestos para um grande, mas que não deixam de
merecer destaque, tendo em conta que é a primeira vez esta época que o Sporting
vence quatro vezes consecutivas para a Liga. Depois de Chaves, Estoril e
Portimonense, a equipa de Rúben Amorim bateu o Boavista, por 3-0. Num jogo de
sentido único, em que o Boavista não só foi presa fácil como pareceu desde cedo
entregue às incidências da partida, os leões tiveram momentos de brilhantismo,
mas o destaque da noite aconteceu quando Nuno Santos abriu o marcador com uma
letra candidata a golo do ano.
Prefácio
Este Sporting ainda vai ter de lutar muito para chegar ao
pódio da Liga e para estar na Liga dos Campeões da próxima época, mas a equipa
de Rúben Amorim atravessa a melhor fase da época, mesmo que seja eliminada pelo
Arsenal na quinta-feira. Além do destaque evidente para alguns jogadores que
irão ser referidos nos parágrafos que se seguem, coletivamente este é mesmo o
melhor Sporting da temporada. A equipa de Rúben Amorim já teve fases em que
conseguiu mais vitórias consecutivas, mas esta é a fase em que mais convence.
Com um 3-4-3 cada vez mais convertido em 4-4-2, há um leão diferente na reta
final da época. Suficiente para ainda lutar por alguma coisa em 2022/23? Talvez
não, mas, como aconteceu na época que antecedeu o título, os leões parecem
estar a construir as bases para o futuro próximo.
A letra de Nuno
Historicamente, o Boavista não consegue ser feliz em
Alvalade. Se leu os livros anteriores destes duelos entre leões e panteras,
sabe que os axadrezados até conseguem bons resultados no Bessa (aconteceu na
primeira volta), mas em Alvalade só por uma vez venceram em jogos do campeonato.
No entanto, a fase positiva na Liga, sem pressão e com possibilidade de olhar
para cima, dava alguns bons sinais aos adeptos axadrezados. Só que logo ao
primeiro minuto, os sinais foram bem diferentes. Ugarte voltou ao onze após
cumprir castigo para a Liga Europa nas primeiras linhas deste livro, a equipa
de Rúben Amorim entrou com tudo e foi com uma das novas personagens, Chermiti,
que acertou na trave logo no primeiro lance da partida. O mote foi dado nesse
momento. O Sporting assumiu por completo o papel de ator principal desta trama
e o Boavista subjugou-se ao estatuto de ator secundário, muitas vezes quase de
figurante. Foi nessa fase que os leões assumiram o jogo com mais intensidade.
Qualidade nas saídas, domínio do meio-campo e espaço para Edwards e Pedro
Gonçalves em zonas interiores. Ao fechar o primeiro capítulo, a letra de Nuno
Santos. Um gesto muitas vezes utilizado para assistir, que nesta história teve
um novo destino: o fundo das redes de Bracali.
Desfecho previsível
Se por vezes encontramos, perdidos na estante, livros que começam com uma história interessante, mas acabam por ficar marcados por aquele plot twist, avisamos que este não foi o caso. O Boavista nunca conseguiu aparecer na história deste jogo e só na segunda parte, perante alguma desconcentração da equipa leonina, foi possível ver a equipa de Petit aparecer junto do estreante (na Liga) Franco Israel. Uma pantera sem garra, que não causou dificuldades algumas à equipa leonina, bem pelo contrário. Com o Sporting por cima do jogo, um autogolo de Salvador Agra em cima do intervalo facilitou ainda mais a tarefa dos leitores. O final começava a ser previsível. Axadrezados correram sempre atrás do leão. Ainda com metade do livro por ler, dificilmente havia quem acreditasse, tendo em conta o que foi a primeira metade, que a história mudasse por completo a partir daqui. Petit mexeu algumas peças à procura de coisas diferentes, mas só mesmo o Sporting foi quebrando a monotonia, com Esgaio, patinho feio em livros anteriores, a entusiasmar com uma bola à trave, de pé esquerdo. Para o fim, Amorim descansou jogadores a pensar na Liga Europa e nos jogos que se seguem (havia vários jogadores em risco). Nas últimas páginas, houve ainda tempo para o golo final de Paulinho. Logo a seguir, o árbitro apitou e o Sporting venceu o Boavista pela 51.ª vez em sua casa. Previsível? Há livros assim.
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