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domingo, 29 de março de 2015

«Este estádio é uma fortaleza e voltou a ter alma»

DESTACA PAPEL DO BESSA NA ÉPOCA ATÉ AGORA

joão loureiro em entrevista ao record


R – Como foi formar este plantel?


JL – Apostámos numa equipa técnica que sobretudo conhece o Boavista e sabe o que é a sua mística. Para além da falta de meios para fazer a equipa, os jogadores de uma maneira geral não tinham a certeza de que o Boavista ia entrar. O que tornou tudo mais difícil de gerir. Havia antes de tudo que inscrever 18 jogadores e partimos da base da equipa do CNS. E depois, aos poucos, fomos tentando, perante as oportunidades, enriquecer o plantel. Foi tudo sendo feito aos poucos mas obedecendo a uma lógica. Ainda para mais, tivemos um calendário complicadíssimo nas primeiras jornadas.


R – Imaginava ver a equipa nesta altura com 28 pontos?


JL – Confiei sempre. Porque confio quer nas minhas capacidades quer nas capacidades de quem trabalha comigo e o mesmo acontece em relação aos sócios e adeptos. Eles foram muito importantes. Diz-se que conquistámos muitos pontos em casa e associe isso ao relvado sintético. Até pode ser uma parte. Mas a maior parte foi a alma que voltou a haver neste estádio, naquela que já se diz ser a fortaleza do Bessa.


«Permanência não é dado adquirido»


R – A meta está alcançada?


JL – Ainda não conseguimos o nosso objetivo. Não é um dado adquirido. Estamos muito mais próximos do que já tivemos. Portanto, ainda temos pontos para conquistar e a equipa tem de continuar, como está, focada. Mas naturalmente estamos mais próximos e foi um caminho difícil pois surgiram algumas ansiedades, houve algumas dúvidas...


R – Petit chegou a ser questionado...


JL – Não coloco as coisas dessa forma. A ansiedade era natural. Sentia-se que esta era uma época decisiva e foi natural que após um resultado menos bom algumas questões se levantassem. É normal no futebol. Mas nunca senti isso como tendo um sentido negativo. Mas na hora dos jogos isso nunca foi patente, pois em todos os jogos, mesmo os que perdemos em casa, tivemos um apoio fabuloso. E tudo isso foi importantíssimo para o sucesso.

R – Como se fazem omeletas com poucos ovos?

JL – Estabelecemos muitas parcerias, como aconteceu em relação ao sintético. Também desenvolvemos uma campanha de recuperação de sócios. Estamos a trabalhar em muitas frentes. Além disso tudo, subindo duas divisões de uma vez, havia a necessidade de fazer uma equipa nova. Tínhamos uma equipa que vinha do CNS com alguns jogadores jovens que podíamos aproveitar, como aconteceu. De resto, tivemos de optar por jogadores que não tivessem qualquer custo. O Boavista não gastou um cêntimo com passes de jogadores. Também aí estabelecemos parcerias. Teve de ser assim. Ou entrávamos naquele comboio ou nunca mais íamos ter uma oportunidade...

«Poucos acreditavam no nosso regresso»

R – Deu muito trabalho preparar este regresso?

JL – Até se ver o nome do Boavista no sorteio da 1.ª Liga, 80% das pessoas que seguem o futebol português não acreditavam no nosso regresso. Não foi fácil formar uma equipa nestas condições. Foi um trabalho sobretudo desenvolvido pela SAD mas também participei. Foi um processo no qual participou o próprio treinador. Dividimos tarefas pois havia vários obstáculos para ultrapassar, de diversa ordem. No Bessa não se organizava um jogo da 1.ª Liga há 6 anos e o 1.º jogo foi com o... Benfica.

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